terça-feira, 11 de setembro de 2012

Práticas de fosfito com os produtores.

FOSFITOS E SUA PRODUÇÃO NATURAL

Quando requeimamos apatita/fosforita/ossos em presença de SiO2, Carbono e Cinza de Casca de Arroz se produz uma densa fumaça branca que se deposita sobre as paredes do tubo/manilha/tambor pirolítico em forma de pó de P2O5, Pentóxido de Fósforo.

Ao se adicionar água a estas cinzas há uma turbidez e depois solubilidade do ácido fosfórico e finalmente adquire uma cor avermelhada.

A reação onde o Fósforo se combina com água procede em dois estágios.

No primeiro a molécula de Fósforo no P2O5 combina com a molécula de água formando o ácido metafosfórico (HPO3).  Então o ácido metafosfórico se combina com mais água para formar o ácido ortofosfórico (H3PO4).    Há casos de formação de ácido fosforoso que dá origem aos FOSFITOS.
                                               P2O5    +   H2O     à    HPO3
                                               HPO3  +   H2O     à    H3PO4
O P2O5 combina vigorosamente não só com água, mas com seu vapor e por tal é usado como agente desidratante de gases e umidade e isto é muito útil para os agricultores para a conservação de sementes.

O ácido fosfórico H3PO4 é um sólido cristalino que se dissolve rapidamente em água.    Não é volátil e sua dissociação se dá em três etapas:

H3PO4    à   H2PO4-  + H+  à  HPO4- -  +  2 H+   à    PO4- - -  + 3 H+

Por isso ele é um ácido fraco e não tem propriedades oxidantes.     Com óxidos metálicos, bases e metal reagem.    Dependendo da quantidade de base adicionada há a formação de um sal primário, secundário e terciário.
                                               H3PO4   +     KOH   à    KH2PO4   +     H2O      
                                                               H3PO4   +  2 KOH   à    K2HPO4   +   2 H2O
                                               H3PO4   +  3 KOH   à     K3PO4   +    3 H2O

Estes sais ao variar o número de átomos do metal variam suas propriedades.
Os sais fosfóricos primários são mais solúveis que os secundários e estes mais que os terciários, praticamente insolúveis.   As exceções são os sais álcalis e amônio.
Os sais mais solúveis são mais assimiláveis pelos seres vivos.

Quando o ácido fosfórico é agregado lentamente a uma solução de CaO forma-se o Ca3PO4, que se precipita (fica insolúvel).   Mas com a adição de mais ácido fosfórico há a redissolução e o fosfato insolúvel é convertido em fosfato primário de Cálcio, totalmente solúvel.

Isto é importante em nosso reator pirolítico, pois podemos formar ácido fosfórico e preparar o Fosfato Super Triplo.

Quem tiver grandes quantidades de casca de arroz pode ir além da "água de vidro", uso de  peletização, biofertilizantes, biocolóides e simplexos.    Pode elaborar o Super Fosfato Triplo a partir da apatita.

                        Ca3(PO4)2  +   3 SiO2  à   3CaSiO3 +   P2O5


Ao hidrolisar o pentóxido temos     P2O5    +   H2O     à    HPO3
                                                           HPO3  +   H2O     à    H3PO4

Este ácido fosfórico pode ser separado nas cinzas do reator com o uso de água que o solubiliza e separa do Silicato de Cálcio.  O ácido fosfórico reagindo com mais apatita forma o Super Triplo Fosfato.

O Fósforo na natureza em função de sua alta reatividade química não ocorre em estado livre.

No solo e nos minerais eles se encontram como sais e os principais sais são a apatita de origem vulcânica e a fosforita de origem sedimentar marinha.

As plantas não podem crescer e desenvolver seus frutos sem um mínimo de compostos de Fósforo no solo.

Os compostos de Fósforo constituem ossos, músculos, nervos e tecidos animais.

O fosfato de Cálcio é constituinte do esqueleto de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

O Ciclo do Fósforo, assim como em todos os ciclos da natureza há a participação das bactérias que atuam como intermediárias entre solo, plantas e animais.

                                                Plantas                Animais


                                                                  Solo    
A fonte tradicional de Fósforo na agricultura é o ácido fosfórico (H3PO4), que é um elemento crítico aplicado através dos adubos fosfatados. Entretanto, seus sais são facilmente imobilizados no solo (como Ca3(P04)2 ou Fe(P04) e na superfície das folhas, embora seja estratégico no crescimento e desenvolvimento das plantas (maturação, resistência a doenças e nematóides, balanço hídrico e eficiência do uso da água, tolerância ao frio e aumento do aproveitamento de outros elementos, particularmente o Potássio, o Cálcio, micronutrientes, traços e subtraços.).

Quando neutralizado por uma base, como a Amônia ou Potássio, forma um fosfato, que também é formado quando neutralizado com uma base. Outro sal de Fósforo é o Fosfito (H3PO3), produzindo um radical divalente HP03= , ele tem uma molécula de Oxigênio a menos que o Fosfato e maior solubilidade e mobilidade dentro na planta. Esta característica original permite aos Fosfitos depois de absorvido fluir rapidamente através das folhas, ramos e raízes suprindo deficiências momentâneas nas rotas metabólicas cumprindo funções protetoras ou nutritivas.
Como são facilmente oxidáveis por reações químicas, enzimáticas e biológicas, após 16 semanas após sua aplicação ao solo estão totalmente convertidos em ortofosfatos.

Os fosfitos têm a vantagem de serem absorvidos e translocados por qualquer parte verde da planta e pelas raízes e permitem ainda corrigir rapidamente a chamada deficiência obscura de Fósforo, que não aparece, mas as plantas absorvem menos água e nutrientes, ficando mais suscetíveis às doenças, levando mais tempo para chegar à fase produtiva e mais sensível às variações climáticas.


Os fosfitos, por terem uma excelente ação sistêmica, são absorvidos rapidamente e translocados em todas as direções dentro das plantas. Essa característica do fosfito permite que seja aplicado de diferentes formas: Pulverização foliar; Pincelamento das partes afetadas; Imersão de mudas; Irrigação.

Os fosfitos são absorvidos na sua maioria de 3 a 6 horas após a aplicação e não se deve usar quantidade superior a 24 Kg/Ha, pois apresenta fitotoxicidade. Hoje se encontram no mercado Fosfitos de Potássio, Cobre, Magnésio, Cálcio e Boro, Zinco e Manganês, podendo junto ao aporte de Fósforo corrigir carências de outros elementos que provocam problemas fisiológicos como:

Bitter pit das maçãs; Fundo preto do tomate e pimentão; Empedramento do mamão;  Queda das cápsulas do algodão; Queda do chumbinho no café, e outras.

As aplicações de fosfitos são indicadas nos estádios vegetativos, onde as exigências de Fósforos são altas, como na brotação, floração, formação e maturação dos frutos, ou após um período de stress, provocado por seca, insetos, clima e outros para se obter rápida recuperação das plantas.


Os Fosfitos submetem-se a uma oxidação ou a um processo de conversão tendo como resultado a liberação contínua de Fósforo solúvel, que permite a utilização benéfica do Fósforo nas épocas críticas.  Sua aplicação no solo ou em alta concentração nas folhas promove a inibição de micorrizos e isso deve ser evitado.

Os resultados da aplicação de Fosfitos de Potássio mostraram maior absorção foliar de outros cátions tais como o Potássio, Cálcio, Magnésio e a maioria dos microelementos, traços e subtraços quando aplicado em combinação fornecendo mais Fósforo por molécula que o Fosfato.

Como sais mono- e di- Potássio do ácido Fosforoso (referido também como ácido Fosfônico), é um ingrediente ativo sintetizado que envolve uma modalidade de ação mista pela toxicidade direta aos patógenos, ativando os mecanismos de defesa naturais das plantas, na supressão ou na eliminação da doença.

Os ácidos fosfônicos não são agrotóxicos e não podem ser classificados como tais. Entretanto, eles são produtos químicos inorgânicos simples de fácil relação de estrutura e atividade.

Como fertilizantes, os Fosfitos de Potássio são regulados geralmente sob as normas de garantia do P205 e K20, fontes do Fósforo e Potássio derivados do ácido fosfórico e hidróxido de Potássio.

O Fosfonato de Potássio [K2HP03] é absorvido sistematicamente pela planta e é móvel indo aos pontos de crescimento através do floema e xilema. São formas altamente solúveis de Fósforo e Potássio, benéficas ao crescimento da planta e desenvolvimento da raiz. São absorvidas rapidamente pelos tecidos e pelas folhas, raízes para a máxima eficiência da planta movendo-se de forma sistêmica para cima e para baixo no sistema vascular das plantas, incluindo o sistema da raiz, contorneando bloqueios típicos do Fósforo no solo.

O modo de ação do ácido fosfônico segue duas direções: primeiro, agindo primeiramente dentro do fungo, inibindo o crescimento fungo, mudando a natureza das paredes de célula fúngica; segundo ativando as plantas para uma resposta imune de defesa com ação celular rápida, provocando outras acumulações celulares de fitoalexinas e mudanças metabólicas de outros elicitores e indutores de resistência. Fosfonatos são altamente seletivos, fungicidas não-tóxicos de numerosos patógenos com respostas protetoras e curativas de doença de planta (Phytophthora, Rhizoctonia, Pythium, e Fusarium, entre outros. Ainda não houve nenhum relatório confirmado resistência dos patógenos a Fosfonatos no campo ou no laboratório.

Os Fosfonatos, incluindo o Fosetyl-Al, formulado como Aliette WP e os Fosfitos de Potássio segundo se observou ativam mecanismos de defesa que fazem retroceder doença ou ataque de insetos. Sua ação é a criação de uma "muralha" circundando o patógeno matando as células interiores circunvizinhas, como uma linha corta fogo em um incendio na floresta, que impede a propagação do incêndio. Isto é observado geralmente como amarelecimento em torno de uma área doente, com manchas negras. Isto estimula na planta uma resposta imune, liberando vários compostos químicos que aumentam a resistência da planta à infecção ou ao ataque em outros locais. Estas respostas são chamadas a resistência adquirida sistêmica (SAR) e resistência induzida (IR). É também bem sabido que o Potássio fornecerá um determinado nível de proteção à doença.

Fosfitos de Potássio estão sendo estudados como "indutores", de resistência e controle da doença, em muitas culturas, por exemplo, na África do Sul é empregado no controle biológico de Phitophtora cinamoni causadora da podridão da raiz em abacate combinado com o estímulo e desenvolvimento dos antagonistas naturais (Paecilomyces filacinus, Asperligus candidus e Trichoderma hamatum).

Benefícios dos Fosfitos à saúde de planta:
1. Aumenta a integridade das paredes das células, que melhora a resistência e imunidade da planta.
2. Estimula as rotas metabólicas chaves na planta, fitoalexinas que são responsáveis pelas defesas da planta contra o estresse ambiental incluindo os patógenos.
3. Realça a eficiência de todos os nutrientes de planta.
(Sebastião Pinheiro , 2011) digitalizado Iris Ribeiro


1 comentários:

  1. Parabéns! Viva o Biopoder Camponês e a luta pela vida.
    Pátria livre! Venceremos!

    Abraços Oliver Blanco

    ResponderExcluir