FOSFITOS E SUA PRODUÇÃO NATURAL
Quando requeimamos apatita/fosforita/ossos em presença de
SiO2, Carbono e Cinza de Casca de Arroz se produz uma densa fumaça
branca que se deposita sobre as paredes do tubo/manilha/tambor pirolítico em
forma de pó de P2O5, Pentóxido de Fósforo.
Ao se adicionar água a estas cinzas há uma turbidez e
depois solubilidade do ácido fosfórico e finalmente adquire uma cor
avermelhada.
A reação onde o Fósforo se combina com água procede em
dois estágios.
No primeiro a molécula de Fósforo no P2O5
combina com a molécula de água formando o ácido metafosfórico (HPO3). Então o ácido metafosfórico se combina com
mais água para formar o ácido ortofosfórico (H3PO4). Há casos de formação de ácido fosforoso que
dá origem aos FOSFITOS.
P2O5 + H2O à HPO3
HPO3 + H2O à H3PO4
O P2O5 combina vigorosamente não só
com água, mas com seu vapor e por tal é usado como agente desidratante de gases
e umidade e isto é muito útil para os agricultores para a conservação de
sementes.
O ácido fosfórico H3PO4 é um sólido
cristalino que se dissolve rapidamente em água. Não é volátil e sua dissociação se dá em
três etapas:
H3PO4 à H2PO4- + H+ à HPO4- - + 2 H+ à PO4- - - + 3 H+
Por isso ele é um ácido fraco e não tem propriedades
oxidantes. Com óxidos metálicos,
bases e metal reagem. Dependendo da
quantidade de base adicionada há a formação de um sal primário, secundário e
terciário.
H3PO4 +
KOH à KH2PO4 +
H2O
H3PO4 + 2
KOH à K2HPO4 + 2
H2O
H3PO4 + 3
KOH à K3PO4 + 3
H2O
Estes sais ao variar o número de átomos do metal variam
suas propriedades.
Os sais fosfóricos primários são mais solúveis que os
secundários e estes mais que os terciários, praticamente insolúveis. As exceções são os sais álcalis e amônio.
Os sais mais solúveis são mais assimiláveis pelos seres vivos.
Quando o ácido fosfórico é agregado lentamente a uma
solução de CaO forma-se o Ca3PO4, que se precipita (fica
insolúvel). Mas com a adição de mais
ácido fosfórico há a redissolução e o fosfato insolúvel é convertido em fosfato
primário de Cálcio, totalmente solúvel.
Isto é importante em nosso reator pirolítico, pois
podemos formar ácido fosfórico e preparar o Fosfato Super Triplo.
Quem tiver grandes quantidades de casca de arroz pode ir
além da "água de vidro", uso de
peletização, biofertilizantes, biocolóides e simplexos. Pode elaborar o Super Fosfato Triplo a
partir da apatita.
Ca3(PO4)2 + 3
SiO2 à 3CaSiO3 + P2O5
Ao hidrolisar o pentóxido temos P2O5 + H2O à HPO3
HPO3 + H2O à H3PO4
Este ácido fosfórico pode ser separado nas cinzas do
reator com o uso de água que o solubiliza e separa do Silicato de Cálcio. O ácido fosfórico reagindo com mais apatita
forma o Super Triplo Fosfato.
O Fósforo na natureza em função de sua alta reatividade
química não ocorre em estado livre.
No solo e nos minerais eles se encontram como sais e os
principais sais são a apatita de origem vulcânica e a fosforita de origem
sedimentar marinha.
As plantas não podem crescer e desenvolver seus frutos
sem um mínimo de compostos de Fósforo no solo.
Os compostos de Fósforo constituem ossos, músculos,
nervos e tecidos animais.
O fosfato de Cálcio é constituinte do esqueleto de
peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
O Ciclo do Fósforo, assim como em todos os ciclos da
natureza há a participação das bactérias que atuam como intermediárias entre
solo, plantas e animais.
Plantas Animais
Solo
A fonte tradicional de Fósforo na agricultura é o ácido
fosfórico (H3PO4), que é um elemento crítico aplicado
através dos adubos fosfatados. Entretanto, seus sais são facilmente
imobilizados no solo (como Ca3(P04)2 ou Fe(P04)
e na superfície das folhas, embora seja estratégico no crescimento e
desenvolvimento das plantas (maturação, resistência a doenças e nematóides,
balanço hídrico e eficiência do uso da água, tolerância ao frio e aumento do
aproveitamento de outros elementos, particularmente o Potássio, o Cálcio,
micronutrientes, traços e subtraços.).
Quando neutralizado por uma base, como a Amônia ou
Potássio, forma um fosfato, que também é formado quando neutralizado com uma
base. Outro sal de Fósforo é o Fosfito (H3PO3),
produzindo um radical divalente HP03= , ele tem uma
molécula de Oxigênio a menos que o Fosfato e maior solubilidade e mobilidade
dentro na planta. Esta característica original permite aos Fosfitos depois de
absorvido fluir rapidamente através das folhas, ramos e raízes suprindo
deficiências momentâneas nas rotas metabólicas cumprindo funções protetoras ou
nutritivas.
Como são facilmente oxidáveis por reações químicas,
enzimáticas e biológicas, após 16 semanas após sua aplicação ao solo estão
totalmente convertidos em ortofosfatos.
Os fosfitos têm a vantagem de serem absorvidos e
translocados por qualquer parte verde da planta e pelas raízes e permitem ainda
corrigir rapidamente a chamada deficiência obscura de Fósforo, que não aparece,
mas as plantas absorvem menos água e nutrientes, ficando mais suscetíveis às
doenças, levando mais tempo para chegar à fase produtiva e mais sensível às
variações climáticas.
Os fosfitos, por terem uma excelente ação sistêmica, são
absorvidos rapidamente e translocados em todas as direções dentro das plantas.
Essa característica do fosfito permite que seja aplicado de diferentes formas:
Pulverização foliar; Pincelamento das partes afetadas; Imersão de mudas;
Irrigação.
Os fosfitos são absorvidos na sua maioria de 3 a 6 horas após a aplicação e
não se deve usar quantidade superior a 24 Kg/Ha, pois apresenta fitotoxicidade.
Hoje se encontram no mercado Fosfitos de Potássio, Cobre, Magnésio, Cálcio e
Boro, Zinco e Manganês, podendo junto ao aporte de Fósforo corrigir carências
de outros elementos que provocam problemas fisiológicos como:
Bitter pit das maçãs; Fundo
preto do tomate e pimentão; Empedramento do mamão; Queda das cápsulas do algodão; Queda do
chumbinho no café, e outras.
As aplicações de fosfitos são indicadas nos estádios vegetativos, onde
as exigências de Fósforos são altas, como na brotação, floração, formação e
maturação dos frutos, ou após um período de stress, provocado por seca,
insetos, clima e outros para se obter rápida recuperação das plantas.
Os Fosfitos
submetem-se a uma oxidação ou a um processo de conversão tendo como resultado a
liberação contínua de Fósforo solúvel, que permite a utilização benéfica do
Fósforo nas épocas críticas. Sua
aplicação no solo ou em alta concentração nas folhas promove a inibição de
micorrizos e isso deve ser evitado.
Os resultados da
aplicação de Fosfitos de Potássio mostraram maior absorção foliar de outros
cátions tais como o Potássio, Cálcio, Magnésio e a maioria dos microelementos,
traços e subtraços quando aplicado em combinação fornecendo mais Fósforo por
molécula que o Fosfato.
Como sais mono- e
di- Potássio do ácido Fosforoso (referido também como ácido Fosfônico), é um
ingrediente ativo sintetizado que envolve uma modalidade de ação mista pela
toxicidade direta aos patógenos, ativando os mecanismos de defesa naturais das
plantas, na supressão ou na eliminação da doença.
Os ácidos fosfônicos
não são agrotóxicos e não podem ser classificados como tais. Entretanto, eles
são produtos químicos inorgânicos simples de fácil relação de estrutura e
atividade.
Como
fertilizantes, os Fosfitos de Potássio são regulados geralmente sob as normas de
garantia do P205 e K20, fontes do Fósforo e
Potássio derivados do ácido fosfórico e hidróxido de Potássio.
O Fosfonato de
Potássio [K2HP03] é absorvido sistematicamente pela planta e é móvel indo aos pontos de
crescimento através do floema e xilema. São formas altamente solúveis de
Fósforo e Potássio, benéficas ao crescimento da planta e desenvolvimento da
raiz. São absorvidas rapidamente pelos tecidos e pelas folhas, raízes para a
máxima eficiência da planta movendo-se de forma sistêmica para cima e para
baixo no sistema vascular das plantas, incluindo o sistema da raiz,
contorneando bloqueios típicos do Fósforo no solo.
O modo de ação do ácido fosfônico segue duas direções:
primeiro, agindo primeiramente dentro do fungo, inibindo o crescimento fungo, mudando
a natureza das paredes de célula fúngica; segundo ativando as plantas para uma
resposta imune de defesa com ação celular rápida, provocando outras acumulações
celulares de fitoalexinas e mudanças metabólicas de outros elicitores e
indutores de resistência. Fosfonatos são altamente seletivos, fungicidas
não-tóxicos de numerosos patógenos com respostas protetoras e curativas de
doença de planta (Phytophthora, Rhizoctonia, Pythium, e Fusarium, entre outros. Ainda não houve
nenhum relatório confirmado resistência dos patógenos a Fosfonatos no campo ou
no laboratório.
Os Fosfonatos, incluindo o Fosetyl-Al, formulado como
Aliette WP e os Fosfitos de Potássio segundo se observou ativam mecanismos de
defesa que fazem retroceder doença ou ataque de insetos. Sua ação é a criação
de uma "muralha" circundando o patógeno matando as células interiores
circunvizinhas, como uma linha corta fogo em um incendio na floresta, que
impede a propagação do incêndio. Isto é observado geralmente como amarelecimento
em torno de uma área doente, com manchas negras. Isto estimula na planta uma
resposta imune, liberando vários compostos químicos que aumentam a resistência
da planta à infecção ou ao ataque em outros locais. Estas respostas são
chamadas a resistência adquirida sistêmica (SAR) e resistência induzida (IR). É
também bem sabido que o Potássio fornecerá um determinado nível de proteção à
doença.
Fosfitos de Potássio estão sendo estudados como
"indutores", de resistência e controle da doença, em muitas culturas,
por exemplo, na África do Sul é empregado no controle biológico de Phitophtora
cinamoni causadora da podridão da raiz em abacate combinado com o estímulo
e desenvolvimento dos antagonistas naturais (Paecilomyces filacinus,
Asperligus candidus e Trichoderma hamatum).
Benefícios dos
Fosfitos à saúde de planta:
1. Aumenta a
integridade das paredes das células, que melhora a resistência e imunidade da
planta.
2. Estimula as
rotas metabólicas chaves na planta, fitoalexinas que são responsáveis pelas
defesas da planta contra o estresse ambiental incluindo os patógenos.
3. Realça a
eficiência de todos os nutrientes de planta.
(Sebastião Pinheiro , 2011) digitalizado Iris Ribeiro